terça-feira, 9 de fevereiro de 2016


13.



Leonid Afremov


E deixo-me estar, muda no silêncio que a casa me proporciona. Preciso dele como do pão para a boca. A minha cabeça chega a parecer uma teia intricada, cheia de grossos e finos fios emaranhados, pensamentos entrecruzados, para cima e para baixo, em direcções diversas que me tiram muitas vezes a paz e outras tantas convidam a insónia a fazer-me companhia na cama. Umas vezes, é uma teia de captura, em que as supostas “vítimas” se colam a mim, ao meu pensamento, em que sugo e sou sugada num fino fio de cumplicidades;  outras, é uma teia de refúgio, em que o emaranhado da minha vida forma tubos em que me escondo e refugio; às vezes, é teia de cópula quando o quente interior busca  apaziguamento e outras teia de muda, quando o recomeço é gritante e necessário . 

Maria Luís Koen























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