sábado, 26 de abril de 2014

É sempre tudo tão bem. O sol manso de manhã

11


Ognian Kouzmanov

É sempre tudo tão bem. O sol manso de manhã,
o cheiro a orvalhada, o frio a gelar as mãos, a colorir
a face. Mas logo aparece o que arrefece, enlouquece.
Instala-se o nó e a vontade de rasgar papéis, quilómetros de
eternas letras num palmilhar de veios passados.
Mesmo quando desaparece, a surdez continua, a cegueira de 
todos os doces, a nudez de todas as esperanças.
E ficas quedo, com medo de tanta paz e
De eu te dizer que te amo.

Maria Luís Koen


Sem comentários:

Enviar um comentário