sábado, 3 de outubro de 2015


18



Doris Clare Zinkeisen




  É sempre tudo tão bem. O sol manso de manhã,
o cheiro a orvalhada, o frio a gelar as mãos, a colorir
a face. Mas logo aparece o que arrefece, enlouquece.
Instala-se o nó e a vontade de rasgar papéis, 
quilómetros de eternas letras num palmilhar 
de veios passados.
Mesmo quando desaparece, a surdez continua, 
a cegueira de todos os doces, 
a nudez de todas as esperanças.
E ficas quedo, com medo de tanta paz e
de eu te dizer que te amo.


Maria Luís Koen











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