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Doris Clare Zinkeisen
É sempre tudo tão bem. O sol manso de manhã,
o cheiro a orvalhada, o frio a
gelar as mãos, a colorir
a face. Mas logo aparece o que
arrefece, enlouquece.
Instala-se o nó e a vontade de
rasgar papéis,
quilómetros de eternas letras num palmilhar
de
veios passados.
Mesmo
quando desaparece, a surdez continua,
a cegueira de todos os doces,
a nudez de
todas as esperanças.
E ficas quedo, com medo de tanta
paz e
de eu te dizer que te amo.
Maria Luís Koen
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