terça-feira, 30 de março de 2021

 


                                                                  Paulo Potinari

         



Todos os dias é mais do mesmo, a mesma lenga lenga do dia a dia, a mesma rotina seca e fria, os mesmos monocórdicos pensamentos, talvez o mesmo sol, as mesmas plantas. Parece que a vida não passa, o jogo mantém-se igual e depois, afinal, há movimento porque a planta murchou, eu reguei mas não foi suficiente ou não falei com ela e não fotografei, não mimei o bastante. Não soube entender a sua língua, as fadas foram morar noutros vasos que não os meus. Por isso, os dias passam lentamente, até as emoções virarem pó e eventualmente morrerem.


Maria Luís Koen


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