Memórias da Aldeia
12
As
festas
Num Verão os aldeões decidiram retomar as
festas em honra do padroeiro da aldeia, S. João Baptista. Muito entusiasmo na sua organização. Recordo algumas delas. Quando as
raparigas, primas, bateram à porta e
disseram: “- Vamos fazer os papelinhos para o baza r. anda ajudar.” - eu fui. Nunca tinha enrolado tanto papelote.
À noite, havia os cantores que se vestiam na casa da Maria. E o bailarico ainda
era mais divertido. A música alta, os petiscos, os carros daqueles que vinham à
festa e que ocupavam os dois lados da rua, os foguetes... Era a agitação das festas
da aldeia. Havia cacholeira assada e morcela,
entre outros petiscos, e as pessoas estavam contentes.
As primas vinham muitas vezes buscar -nos
e isso também era divertido.
Nesses dias estava calor e de tarde
ficavamos na penumbra da casa mas ao final do dia tudo recomeçava. A avó
aparecia muitas vezes na saleta para mostrar as rendas e os linhos ou para conversar. A avó tinha mantas trapiças que gostava de nos mostrar e fazia uma
tomatada divinal. Nunca mais comi igual. Nem eu
nem a minha tia Ana que me disse que se lembrava muitas vezes da avó Isabel por
causa da tomatada que ela fazia.
Maria Luís Koen
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