sexta-feira, 24 de julho de 2020


Memórias da Aldeia

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As festas







     Num Verão os aldeões decidiram retomar as festas em honra do padroeiro da aldeia, S. João Baptista. Muito entusiasmo na sua organização. Recordo algumas delas. Quando as raparigas,  primas, bateram à porta e disseram: “- Vamos fazer os papelinhos para o baza r. anda ajudar.”  - eu fui. Nunca tinha enrolado tanto papelote. À noite, havia os cantores que se vestiam na casa da Maria. E o bailarico ainda era mais divertido. A música alta, os petiscos, os carros daqueles que vinham à festa e que ocupavam os dois lados da rua, os foguetes... Era a agitação das festas da aldeia. Havia cacholeira assada e morcela, entre outros petiscos, e as pessoas estavam contentes.
     As primas vinham muitas vezes buscar -nos e isso também era divertido.
     Nesses dias estava calor e de tarde ficavamos na penumbra da casa mas ao final do dia tudo recomeçava. A avó aparecia muitas vezes na saleta para mostrar as rendas e os linhos  ou para conversar. A avó tinha mantas trapiças que gostava de nos mostrar e fazia uma tomatada divinal. Nunca mais comi igual. Nem eu nem a minha tia Ana que me disse que se lembrava muitas vezes da avó Isabel por causa da tomatada que ela fazia.




Maria Luís Koen



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