Continuação
Frieda Bruck
-As bebidas são por conta da casa, senhoras.
-Aqui podemos dançar?
-Sim, senhoras.
Mas não dançamos. Um homem entra no bar e,
sem cerimónia, avança em direcção ao disk-jockey, que parece ter entendido ser
melhor não protestar. A música pára e a voz do homem anuncia que a cerimónia
terá lugar dentro de cinco minutos. O barman deixa uma garrafa de champanhe em
cada mesa e o número de copos correspondente ao número de pessoas que aí se
encontram. Olhamos umas para as outras sem perceber a razão da festa, apenas
Joana sorri parecendo entender tudo ou esconder algo. O homem que entrou no bar
volta a anunciar ao microfone que a cerimónia se vai realizar e que as damas de
honor se podem dirigir ao palco. Diz estas
palavras olhando para nós, enquanto o escocês aparece com um lindo bouquet de
rosas cor dos sapatos de Joana. Só nessa altura entendo o que se vai passar, mas nem tempo tenho para dizer
algo, uma vez que somos obrigadas a ir até à espécie de palco, com um
sorriso nos lábios, enquanto Miguel de olhos verdes aguarda que Joana se lhe
junte. Ainda não estou em mim com tamanha surpresa! Os olhos de Joana brilham
de felicidade, enquanto os amigos mais chegados de Miguel continuam a chegar. Agora
que olho com mais atenção, reparo que o escocês está vestido a rigor, que as
mesas do bar têm todas uma pequena jarra com um bouquet de flores brancas e
vermelhas e que a clientela é, afinal, seleccionada.
Joana, a louca, acaba de me surpreender.
Maria Luís Koen
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